26 de junho de 2011

Frases com sabedoria


Jean-Paul Sartre: filósofo francês (1905-1980)

       “A felicidade não está em fazer o que a gente quer e sim, em querer o que a gente faz.”

       “Não importa o que fizeram de nós, mas o que faremos daquilo que fizeram de nós.”

       “Somente quem não está remando tem tempo para balançar o barco.”


Matthew Arnold: poeta americano (1822-1888)

       “A vida não é ter e obter. É ser e tornar-se.”


Buda: líder religioso indiano (563-483 a.C.)

       “A vida não é uma pergunta a ser respondida. É um mistério a ser vivido.”


Carlos Drummond de Andrade: poeta brasileiro (1902-1987)

       “O sentido da vida é buscar qualquer sentido.”


Friedrich Nietzsche: filósofo alemão (1844-1900)

       “Aquele que tem um porquê para viver pode suportar quase qualquer como.”


Sócrates: filósofo grego (470-399 a.C.)

       “Tudo o que sei é que nada sei.”


Viktor Emil Frankl: neurologista e psiquiatra austríaco (1905-1997)

       “A busca da pessoa por um sentido é a motivação primeira em sua vida.”

       “Liberdade é estar livre para e não livre de.”

Depressão, história e ciência

A depressão é uma das doenças mais preocupantes da atualidade, porém há registros de personagens bíblicos como Jó e o Rei Saul, apresentando sintomas de depressão, tendo este último cometido suicídio e o primeiro sido exemplo de paciência, fé e perseverança.
Apesar de a depressão ter sido foco de muitos estudos nos séculos XIX e XX, historicamente a atenção dada a essa enfermidade remonta a vários séculos antes de Cristo.
Na Grécia antiga o estado melancólico era atribuído a castigos impostos pelos deuses em função de comportamentos incorretos.
Hipócrates (460-377 a.C.), o pai da medicina, foi o primeiro a considerar os comportamentos anormais com causas naturais, ao invés de sobrenaturais como ocorria até então.
No século II a.C., Galeno acreditava que o comportamento era influenciado pelo desequilíbrio de quatro líquidos presentes no corpo: bílis negra, bílis amarela, fleuma e sangue. Afirmava que o elevado nível de bílis negra levaria à melancolia, o aumento de bílis amarela seria responsável pela ansiedade, assim como o excesso de fleuma estaria associado ao temperamento preguiçoso e o de sangue às oscilações rápidas de humor. Com esse entendimento, no intuito de eliminar o excesso de bílis negra, o tratamento do paciente melancólico era feito com sangria, laxativos e vomitórios, o que levava muitos pacientes à morte por desidratação.
No século I da era Cristã, o médico grego Areteu teve marcante participação no entendimento dos quadros depressivos. Foi ele o autor dos principais textos que trouxeram à atualidade a idéia de uma unidade da doença maníaco-depressiva, apontando a mania como resultado do agravamento do quadro de melancolia.
Na Idade Média (500 – 1500 da era cristã), a forte influência religiosa na Europa fez com que as abordagens naturalistas fossem abandonadas e ressurgissem antigas crenças sobre a possessão demoníaca e o uso de tratamentos exorcistas para os transtornos mentais.
Por volta do século XIII, a Igreja católica passa a considerar a melancolia como um pecado, revelando uma fraqueza moral diante das vicissitudes da vida.
Durante o período da escravidão no Brasil, os negros, na condição de isolados de suas pátrias e famílias e privados de sua liberdade, eram acometidos por uma intensa e mortal nostalgia denominada “banzo”. Certamente, experimentavam depressão.
No século XVII, época em que a palavra “depressão” passa a ser utilizada pela literatura inglesa, o filósofo francês René Descartes (1596-1659) reiterou a idéia da cisão entre a mente (alma, espírito) e o corpo, já lançada pelo filósofo Platão (427-347 a.C.). Descartes afirmava que após a morte do corpo, este se torna apenas uma máquina. Apesar da primeira dissecação humana ter sido registrada pelo filósofo grego Herófilo e pelo anatomista Erasístratro, considerado pai da fisiologia, aproximadamente 250 anos antes da era cristã, a afirmação de Descartes favoreceu a ampliação dos estudos sobre anatomia humana, escassos nos séculos anteriores, uma vez que a Igreja considerava o corpo como algo sagrado por ser a sede da alma. Desta maneira, a tese de Galeno foi sendo substituída pela compreensão de que o cérebro seria o responsável pelas perturbações do humor.
No final do século XIX, o psiquiatra alemão Emil Kraepelin ofereceu importantes contribuições ao conhecimento das enfermidades psíquicas. Entre elas está a divisão dos quadros psicóticos em dois grandes grupos: demência precoce e insanidade maníaco-depressiva. Os estudos de Kraepelin formaram a base das modernas classificações dos transtornos mentais.
            Já no campo da subjetividade, em 1917, Sigmund Freud, pai da psicanálise, publica “Luto e Melancolia”, destacando a existência de aspectos inconscientes, vinculados ao sentimento de perda na gênese da melancolia.
            Na década de 30 surge a terapia eletroconvulsiva, baseada na crença de que a indução do estado convulsivo poderia tratar doenças mentais, uma vez que pacientes portadores destes transtornos e também epiléticos apresentavam melhora no quadro psiquiátrico durante algum tempo após as crises de convulsão. A indução era feita a princípio com o uso de agentes farmacológicos e, posteriormente, foi introduzido o uso do eletrochoque.
Em 1936, o filósofo inglês Henry Dale recebeu o Prêmio Nobel por seus estudos sobre a transmissão dos impulsos nervosos.
Por volta dos anos 50, surgem os primeiros fármacos anti-depressivos. Na busca de anti-histamínicos que não provocassem sedação, a indústria farmacêutica descobriu a imipramina (Trofanil). Observou-se que os deprimidos que tomavam esse medicamento para o combate de processos alérgicos ou inflamatórios apresentavam melhora no humor. Esse remédio e outros semelhantes foram denominados tricíclicos, em função de sua estrutura química. Posteriormente, na tentativa de se encontrarem fármacos para o tratamento da tuberculose, descobriu-se que a iprozianida melhorava o humor de tuberculosos deprimidos. Surgiam, assim, os inibidores da ação da enzima monoaminoxidase (IMAO). Estas duas classes de medicamentos descobertos na década de 50 ficaram conhecidas como a “primeira geração de antidepressivos”. Essas primeiras drogas utilizadas no tratamento da depressão tinham a desvantagem de produzir fortes e incômodos efeitos colaterais.
Em 1960, o neuroquímico norte-americano Julius Axelrod também recebe o Prêmio Nobel pela descoberta das substâncias que possibilitam a transmissão dos impulsos nervosos (neurotransmissores). Esse fato favoreceu o avanço em relação aos medicamentos anti-depressivos.
Ainda na década de 60, aumentaram as contribuições da psicologia com a prática das psicoterapias cognitivo-comportamental e transpessoal.
Em 1970, médicos norte-americanos começaram a usar o Lítio como agente estabilizador do humor, sendo mais utilizado nos casos de mania.
A década de 80 foi marcada pelo uso da “terapia da luz” no tratamento da depressão, em função do seu aspecto sazonal (em países de maior latitude, a depressão apresenta maiores índices no inverno, sendo possivelmente influenciada pela baixa luminosidade).
Ainda na década de 80, surge a “segunda geração de antidepressivos”, oferecendo maior segurança ao tratamento e efeitos colaterais mais suportáveis para o paciente. Trata-se dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS).
Somente na década de 90, consolida-se o entendimento acerca dos benefícios obtidos na combinação entre recursos farmacológicos e psicoterápicos no tratamento da depressão.
Em 1992, a CID 10 (Classificação Internacional das Doenças), em seu capítulo V (Transtornos Mentais e de Comportamento), descreveu a depressão como um Transtorno de Humor. De acordo com essa recente classificação, a depressão pode se apresentar numa forma unipolar, com variações entre leve, moderada e grave, ou revelar uma alternância entre episódios maníacos e depressivos, compondo o “Transtorno Bipolar”.
O início do século XXI, em decorrência dos grandes avanços da neurociência na década de 90, considerada a “década do cérebro”, tem sido marcado por inúmeras pesquisas  na busca de maiores conhecimentos sobre o funcionamento cerebral. Recursos de imagem como a Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) e a Espectroscopia por Ressonância Magnética têm possibilitado novos entendimentos sobre o funcionamento das diversas estruturas que compõem o cérebro e que parecem estar envolvidas nos transtornos de humor.
Observamos, ainda, o surgimento de novos segmentos acadêmicos que têm proporcionado maior integração entre as áreas médica e psicológica. Como exemplo, podemos citar a psicobiologia, a neurociência clínica, e a neuropsicologia. É possível que essas novas contribuições, aliadas aos diversos recursos psicoterapêuticos já existentes e aos avanços da psicofarmacologia, resultem numa melhor compreensão dos transtornos depressivos, no aperfeiçoamento das práticas psicoterápicas e na produção de fármacos com menos efeitos colaterais.

Sintomas da Depressão


Podemos agrupar os principais sintomas observados nos quadros depressivos em 5 áreas distintas: humor, pensamento, fisiologia, expressão corporal e vida social.

a)   Alterações do humor:
·  tristeza                   
· emotividade            
· angústia
· irritabilidade
· ansiedade
· ausência de prazer
· desmotivação

b)   Alterações no pensamento:
· baixo rendimento intelectual
· falta de Fé (em si, em Deus, na vida,
   nas pessoas e nos tratamentos)
· sentimento de abandono ou rejeição
· sentimento de inferioridade
· falta de sentido na vida
· baixa auto-estima
· pessimismo
· sentimento de culpa
· idéias de auto-extermínio

c)   Alterações fisiológicas:
· alterações no sono
· alterações no apetite
· redução do interesse sexual
· baixa no sistema imunológico

     d)   Expressão corporal:
· cabeça baixa
· peito embutido
· coluna curvada
· olhar desvitalizado
· despreocupação com a higiene pessoal
· despreocupação com a aparência
· respiração superficial
· movimentos lentos e contidos

e)   Vida social:
· isolamento
· desinteresse pelas atividades sociais

23 de junho de 2011

Autoconhecimento


Pode parecer engraçado, mas a pergunta “Quem sou Eu?” é uma das mais difíceis de serem respondidas. É comum o fato de as pessoas sentirem-se confusas diante desta indagação. Isso leva ao questionamento: Como posso passar tanto tempo comigo e não me conhecer? Pois essa é a verdade. As pessoas sabem muito pouco a seu próprio respeito.
Tal fato se dá em função do uso de defesas psíquicas, que são estratégias inconscientes usadas pela mente humana para diminuir algum tipo de sofrimento, seja ele causado por alguma lembrança perturbadora ou para esconder algum conflito emocional que seja fonte de angústia e desequilíbrio. Essas defesas são percebidas, por exemplo, quando o Ser julga que seus sentimentos são indignos ou inconfessáveis, tendendo a atribuí-los a outras pessoas (projeção). Outra forma de evitar o contato com as próprias dores é negar a realidade dos fatos (negação), fugindo de seus verdadeiros sentimentos.
Seja qual for o motivo pelo qual a pessoa se mantém distante de si, a busca pelo autoconhecimento sempre exigirá uma postura de honestidade, coragem e auto-aceitação, mesmo com todas as imperfeições ainda existentes, além de respeito e gratidão pelo que já se pode ser.
Conhecer sentimentos muitas vezes negados como a raiva, a mágoa, a dependência, a baixa auto-estima, a culpa e o vitimismo, entre outros, pode ser extremamente benéfico e libertador para o deprimido, mostrando-lhe que sua situação é gerada por suas próprias atitudes, oferecendo-lhe a chance de repensar sua postura diante da vida.

Felicidade

Quando se aborda o tema felicidade, cabem algumas perguntas: O que é ser feliz? O que sustenta este estado d’alma que encanta e contagia? Antes de buscar respostas a tais questionamentos é preciso distinguir felicidade de um estado de alegria que tende à euforia.
Dentre as diversas situações que o ser humano experimenta ao longo da vida, existem aquelas nas quais se observa uma explosão de sentimentos, envolvendo expressão corporal exagerada e reações fisiológicas que num curto espaço de tempo (minutos, horas ou dias) vão dando lugar a um estado mais calmo e rotineiro. Como exemplo, é possível citar a reação de alguém diante do resultado positivo de um concurso ou sorteio, assim como na vitória do time favorito. Trata-se de um estado de excitação que tem como característica a transitoriedade.
Já a felicidade, apesar dos momentos de tristeza, inevitáveis na trajetória de qualquer pessoa, tende a ser um sentimento mais estável e duradouro, uma conquista da alma. Muitos buscam ilusoriamente alcançar esse sentimento no sucesso financeiro, na ausência de dificuldades ou numa vida marcada pela busca desenfreada por prazer. Normalmente, frustram-se ao perceberem a vulnerabilidade de sua vida “feliz”.



     Numa análise mais cuidadosa, percebe-se que a felicidade é um estado de espírito que tem como base a capacidade de dar e receber amor. Estar feliz é estar de bem com a vida e quem se encontra nessa situação experimenta a sensação de amar a tudo e a todos. Essa condição de amar tem início quando, nos sentimos amados e aceitos por alguém. Trata-se de uma construção que começa normalmente na infância e ajuda a compor a identidade e, conseqüentemente, a auto-estima. Quando o Ser se sente amado, aprende a se amar e essa condição é fundamental para se conseguir amar a vida. Este é o caminho natural da felicidade: ser amado, amar-se e amar.
No entanto, cabe aqui a pergunta: O que ocorre quando falta a alguém o sentimento de ser amado? Como é possível ser feliz? O segredo está em começar do final, isto é, vencer o egoísmo e a mágoa por não ter sido amado como gostaria e ir de encontro ao outro, doar-se. O ato de doar-se envolve uma salutar troca energética e nutre o sentimento de ser útil, importante. Essa boa energia dirigida a outra pessoa costuma trazer boas vibrações, ou seja, bons sentimentos. E assim, começando do fim, é possível preencher-se com o melhor dos sentimentos, o amor, base da felicidade.

Prevenindo a Depressão

Quando se observa a vida com atenção, percebe-se que não existem conquistas que sejam alcançadas sem esforço pessoal. Sendo assim, algumas dicas de atitudes positivas são válidas para que se possa evitar o transtorno depressivo ou para que a pessoa enferma se recupere mais rapidamente e com menor risco de recorrência:

·   Faça alguma atividade física.
·   Faça exercícios de respiração.
·   Alimente-se adequadamente.
·   Procure fazer amigos.
·   Leia bons livros.
·   Busque uma religião.
·   Conte piadas. Dê boas gargalhadas.
·   Planeje seu dia.
·   Evite as drogas lícitas e ilícitas.
·   Procure SER mais do que TER.
·   Trabalhe como voluntário. Doe-se.
·   Sorria, deseje “bom dia”, seja agradável.
·   Seja mais tolerante com você. Perdoe-se. Aceite sua condição de aprendiz.
·   Viva um dia de cada vez. Evite a ansiedade. 
·   Busque formas saudáveis de obter prazer.
·   Estabeleça objetivos a curto prazo em sua vida.
·   Use técnicas de relaxamento para combater o estresse.
·   Dê preferência a ambientes bem arejados e iluminados.
·   Faça caminhadas com a cabeça erguida e o olhar focado no horizonte, mentalizando um objetivo.
·   Cuide bem de suas atitudes para que as pessoas lhe enviem boas vibrações.
·   Observe o que há em você e que lhe faz uma pessoa única e especial.
·   Procure melhorar-se intimamente e rever sua postura diante da vida, através do autoconhecimento.
·   Experimente o contato com a Natureza.
·   Além do corpo, alimente diariamente a sua alma.
·   Livre-se dos ressentimentos. Alimente bons sentimentos.
·   Fale sobre a sua raiva para que ela não se volte contra você.
·   Evite queixar-se da vida. Problemas são oportunidades de crescimento pessoal.
·   Direcione sua agressividade para a auto-superação.
·   Não se compare com os outros, compare-se com você mesmo em tempos passados.
·   Cuide do seu pensamento. Você sente o que pensa.
·   Ponha cores vibrantes em sua vida.
·   Cante e dance. Liberte-se.
·   AME e AME-SE !!!

Tristeza X Depressão

 A tristeza e a depressão guardam alguma semelhança no que diz respeito aos sintomas. A sensação de desamparo, a falta de entusiasmo e o sentimento de impotência diante da vida parecem sugerir o mesmo quadro. No entanto, vale ressaltar que existem importantes diferenças entre essas duas situações como é o caso da intensidade, da duração e das causas envolvidas.
Tristeza é uma reação emocional normal às inúmeras situações frustrantes que a vida nos coloca. Ser demitido do emprego, não passar numa seleção, acompanhar o sofrimento de um parente ou mesmo perdê-lo, são situações que podem fazer uma pessoa se entristecer. Porém, é comum que ela retorne às suas atividades após um período relativamente curto de elaboração e adaptação diante do fato vivido, restaurando a confiança e o entusiasmo pela vida. Este período não costuma exceder 6 a 8 semanas e, normalmente, não é tratado por intervenções médicas ou psicoterápicas. Nessa situação, quase sempre a pessoa tem consciência dos motivos que causaram seu sofrimento.
Já a Depressão, que é um transtorno de humor, apresenta maior intensidade, revelando angústia, auto-desvalorização, desmotivação e perda de interesse, prazer e energia diante da vida, podendo se prolongar por meses ou anos, comprometendo a vida pessoal, social, profissional e familiar do deprimido.
As verdadeiras causas da depressão nem sempre são percebidas pelo doente e pelas pessoas com quem convive, por estarem permeadas por conteúdos inconscientes e processos psicológicos e orgânicos complexos. Essa situação, freqüentemente, requer apoio profissional especializado de médicos e psicólogos.

22 de junho de 2011

Depressão: o mal do século

           
       Com grande expressividade no cenário mundial, a Depressão tem apresentado índices alarmantes nos últimos tempos. Já chamada de “o mal do século”, deve atingir entre 15% e 20% da população mundial, no mínimo uma vez na vida. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), até o ano de 2020, tende a ocupar o 2º lugar entre as causas de ônus gerados por doenças degenerativas e mortes prematuras, perdendo apenas para as doenças cardíacas.
Diante de um problema de tamanha seriedade, este blog foi criado com o propósito de servir como espaço de reflexões sobre a dinâmica deste Transtorno de Humor. Pessoas que estejam buscando ajuda, profissionais e estudantes envolvidos com a saúde física e mental, palestrantes de temas motivacionais, entre outros, encontrarão aqui importantes informações colocadas de maneira simples e objetiva. Serão abordados aspectos significativos como estatísticas, sintomas, possíveis causas, tratamentos disponíveis e recursos preventivos.

A interação corpo e mente na Depressão


          A década de 90 foi marcada por grandes conquistas no campo das neurociências. Desde essa época, consolidou-se o entendimento sobre a interação de fatores orgânicos e psicológicos nos episódios depressivos.  Esse avanço fez com que no final do século XX predominasse um consenso acerca da combinação de recursos farmacológicos e psicoterápicos no tratamento da Depressão.
Apesar dos consideráveis avanços ocorridos,  a origem deste mal ainda provoca discussões no meio científico, já que as ciências médica e psicológica apresentam, cada uma com seu olhar, argumentos convincentes sobre as causas da Depressão.
Teria a Depressão uma origem orgânica, provocando alterações psicológicas? Ou o problema começaria na esfera psicológica, levando a disfunções neuroquímicas? Atualmente, de forma ponderada, médicos e psicólogos consideram ambas as possibilidades. Acredita-se numa complexa interação entre esses fatores, sendo que, em alguns casos, a origem possa apresentar prevalência de um dos dois. Sabe-se que alterações hormonais, lesões cerebrais, fatores genéticos e algumas substâncias químicas são capazes de desencadear episódios depressivos. Por outro lado, observa-se que fatores emocionais como as perdas, a culpa, a dificuldade de administrar a raiva e os sistemas de crenças negativos também são grandes geradores deste transtorno.
Assim, quando diagnosticada a Depressão, a definição dos processos interventivos deve estar sempre pautada na identificação dos fatores que determinaram o quadro. Quando a base do problema for orgânica, a terapêutica deve estar focada em procedimentos médicos. Porém, se for constatada uma base emocional, torna-se imprecindível a intervenção psicoterápica, considerando-se a necessidade de apoio farmacológico, o que configuraria uma ação conjunta de ambos os profissionais. Tal dicernimento é fundamental no tratamento da Depressão, pois um procedimento incompleto ou inadequado pode prolongar o sofrimento do paciente ou mesmo gerar uma sequência de episódios recorrentes.